sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As árvores


As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores, e então crescem as flores, e as flores produzem frutos, e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.

António Gedeão
Poema das árvores. Obra Poética, Lisboa, edições JSC, 2001

sábado, 9 de janeiro de 2010

Chaves – Ponte Romana

A ponte romana de Chaves, também designada por ponte de Trajano, foi construída sobre o rio Tâmega entre finais do século I e inícios do século II d.C. Esta ponte tem cerca de 150 metros de comprimento e uma dúzia de arcos.
Esta ponte é um importante monumento da antiga Aqua Flaviae (Chaves). Foi parcialmente destruída por uma cheia no século XVI e sujeita a obras de restauro.
Perto da ponte romana estão as poldras, muito utilizadas pelos habitantes locais para atravessar o rio.