domingo, 11 de novembro de 2007

Dia de formação


São 07:50 da manhã, toca a levantar! Tenho de tomar o pequeno-almoço rápido e ainda ir para Mogadouro. Desço as escadas e deparo-me com um manto branco de gelo sobre o meu carro. Já faz frio em Bragança, e à noite a temperatura desce aos 0 graus. Ligo o aquecimento e espero um pouco que o gelo derreta. Depois é meter-me à estrada que o tempo urge.

Depois de sair da cidade de Bragança, ando um pouco pelo IP4 até ao cruzamento de Rio Frio. A partir daqui espera-me uma estrada sinuosa, em alguns sítios maltratada, rasgada sobre o planalto mirandês. Mas é a partir daqui que eu começo a gostar da viagem. O verdadeiro Trás-os-Montes só se sente quando percorrido pelas estradas nacionais.

Após passar Argoselo encontro alguns veículos de tracção animal. Sim, carroças puxadas por burros, e isso é uma constante até Carção. Deixando Carção para trás espera-me alguns quilómetros de estrada com curvas de ângulo muito apertado, e é assim até Vimioso.

Saio de Vimioso e apanho a Nacional 219, esta já é uma estrada agradável e sempre dá para acelerar mais um pouco. Aproveito também para contemplar o planalto que se estende á minha frente, reparo em alguns soutos que estão à beira da estrada, e gente que aproveita o lindo dia de sol para apanhar a castanha.

Passo a povoação de Campo de Víboras e de Algoso. Depois daqui a estrada é horrível e tenho que ter mais cuidado na condução.

Após passar a ponte do Rio Angueira reparo numa pequena torre plantada sobre as escarpas do rio, o castelo de Algoso. Aqui a paisagem é caracterizada por um relevo mais ondulante, e o sobreiro é uma espécie que predomina. Paro o carro e aproveito para tirar umas fotografias. Retomo a viagem e mais à frente tenho que parar o carro para deixar passar um rebanho de ovelhas. Depois de o pastor com o seu cão ter arredado o rebanho continuo a minha marcha. Ao passar pelo cruzamento Penas Roias avista outro castelo, e nasce em mim uma vontade para lá passar. Mas agora não posso, talvez na viagem de vinda. Estou quase a chegar a Mogadouro, passei pelo pequeno aeródromo, um sinal de que a vila é perto. Aqui a paisagem é revestida por campos de amendoeiras e alguns olivais.

Chego finalmente a Mogadouro e os meus formandos já estão à minha espera. Sei que o dia é longo, mas o entusiasmo demonstrado pelos meus formandos motiva-me imenso e nem sequer dou conta das horas passar. À hora de almoço e após indicação dos meus formandos aproveito para ir ao castelo de Mogadouro, e conhecer um pouco da parte antiga da vila. Aproveito também para conhecer um pouco mais da vila aventurando-me pelas suas ruas até ir dar às piscinas. Mogadouro não deixa de ser uma vila interessante que merece ser visitada.

Após um dia de aulas, faço a viagem de regresso. Agora aproveito para visitar o castelo de Penas Roias. Este castelo é uma pequena torre construída em cima de fraga. É impressionante como toda aquela pedra foi levada para a sua construção. Deste alto avista-se uma pequena barragem. O planalto é muito lindo visto daqui.

Bem tenho de me meter outra vez á estrada. Faço o percurso tranquilamente, ao som das músicas de um cd que gravei para me ajudar a passar o tempo das viagens. Ao chegar a Outeiro ainda tenho tempo de fazer um pequeno desvio para ir ver uma magnífica igreja. Aproveitei para tirar mais umas fotografias.

É com o cair da noite que eu chego a Bragança, entro pelas suas ruas e avenidas cheias de transito e depois de muitos para e arranca chego a casa. Amanhã tenho de voltar novamente a Mogadouro, mas sei que a viagem não me vai custar.

domingo, 14 de outubro de 2007

Fotos de Andorra















quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Viagem a Andorra

À medida que nos vamos aproximando dos Pirinéus, avistamos a grande cordilheira erguer-se à nossa frente, majestosa convidando-nos a entrar num mundo de montanhas escarpadas, com os seus cumes a rasgar as nuvens e cobertos por grandes mantos brancos durante a maior parte do ano.

Deixando para trás as grandes planícies da província de Lérida, na Catalunha, entramos pela cordilheira dentro por estradas ora seguindo os vales encaixados ora rasgadas nas suas escarpas formando túneis em alguns locais. Depois de atravessarmos o município de La Seu d’Urgell entramos num pequeno principiado situado no leste dos Pirinéus, e que segundo as lendas locais foi fundado por Carlos Magno, Andorra.

Seguindo por um vale estreito e acompanhando o rio Valira, passamos no posto fronteiriço e chegamos a Sant Julià de Lòria, uma pequena cidade ladeada por enormes muralhas de rochas, de abruptas inclinações, com escassa vegetação e onde se avistam inúmeras cabras montanhesas calcorreando as escarpas em busca de alimento.

Sant Julià de Lòria é um importante centro de turismo como se verifica pelos inúmeros hotéis dispersos pela cidade e pelo mar de gente que percorre as ruas durante o dia.

Subindo a montanha em direcção a La Rabassa, ziguezagueando pela encosta através de uma estrada estreita passamos por uma pequena povoação, Aixirivall, uma janela sobre Sant Julià de Lòria, onde se desfruta de uma vista maravilhosa. Continuando a subir deparamo-nos com um admirável bosque de coníferas que cobre toda a montanha e que nos envolve da mais pura natureza. Após percorrermos 18 km chegamos enfim ao campo de neve de La Rabassa.