sábado, 23 de maio de 2009

Histórias fantásticas (II)

Um vulto no escuro

A alguns anos atrás aconteceu algo a um rapaz da minha aldeia, que marcou de certa forma a vida dele. Nos meses de Verão as gentes da aldeia levantam-se ainda de noite para irem trabalhar no campo. Numa dessas manhãs de Verão, Afonso, um jovem da aldeia, tinha saído de casa bem cedo. Era ainda escuro quando ele saiu de casa e se dirigia até ao ponto de encontro com os outros trabalhadores.

Depois de caminhar uns breves minutos, e ao chegar ao lugar do Espinheiro avistou um vulto. Era normal naquela época e àquela hora haver mais gente na rua. Pela silhueta pareceu-lhe a senhora Gracinda. Ao cruzar com o vulto que seguia em sua direcção ele cumprimentou-o. “Bom dia senhora Gracinda”. Naquele momento o vulto virou-se para ele e para surpresa de Afonso, ele não tinha rosto. Um vazio escuro preenchia o lugar que deveria ser o rosto da mulher. O medo apoderou-se de Afonso. Apavorado, começou a correr sem olhar para atrás até chegar à primeira casa habitada, pondo-se de imediato a bater à porta com tamanha intensidade até que alguém a veio abrir. Diz quem o viu naquele momento que ele estava completamente aterrorizado, tremia e escorria suor. Mais tarde, depois de ouvir as palavras de Afonso, constatei que algo o tinha aterrorizado bastante e que ele acreditava que o que tinha visto não era deste mundo.

Nota: os nomes na história são fictícios para manter o anonimato dos intervenientes.

sábado, 16 de maio de 2009

Castro de São Domingos

No cume do monte de São Domingos de Vale Verde (809 metros de altitude), na freguesia de Provesende (concelho de Sabrosa) existe um castro que data da idade do ferro [1] e que é denominado por castro do Picoto de São Domingos. Este castro é delimitado por algumas muralhas dispostas em forma concêntrica e construídas em xisto. Estas muralhas encontram-se em avançado estado de degradação (como se pode ver pela foto). No alto do cume foi erguida a capela de São Domingos. Esta capela foi restaurada e aberta ao culto. Existem referências a esta estação que remontam a meados do século XVII [2]. Têm-se acesso a este castro por uma estrada de terra que liga Provesende à capela de São Domingos.

[1] Soares, A. M. R., Sabrosa, Da Pré-História à Actualidade. Edição da Câmara Municipal de Sabrosa, 2005

[2] Bacelar Gonçalves, A.A.H., 1992/93. Contribuição para o inventário arqueológico do concelho de Sabrosa – distrito de Vila Real. Portvgalia. Vols XIII-XIV.