domingo, 22 de junho de 2008

Rio Pinhão

O rio Pinhão é um pequeno rio da região de Trás-os-Montes e Alto Douro e afluente da margem direita do rio Douro. O seu percurso tem 43 km e a sua bacia hidrográfica tem uma área de 280 km2 [1]. O rio nasce a uma cota de 900 m, próximo da povoação de Raiz do Monte, na freguesia de Minas de Jales (concelho de Vila Pouca de Aguiar) e desagua no Douro, na vila do Pinhão. A poucos metros da foz, desagua neste rio o ribeiro do Fontão.

Nos seus primeiros quilómetros o rio percorre vales de declive pouco acentuados, com predominância de rochas graníticas e com manchas de pinhais ao longo do seu percurso. Mais junto a foz, os vales são profundos com vertentes abruptas, de natureza xistosa. Nas suas encostas encontram-se as vinhas plantadas em patamares onde se destacam os muros em pedra. Nas margens deste rio podem-se encontrar inúmeros moinhos, desactivados e a maioria em avançado estado de degradação.

O coelho, a lebre, o javali, a raposa, o esquilo, a perdiz, o pintassilgo e o tordo são alguns dos animais que constituem a fauna do vale do rio Pinhão. Os amantes da pesca podem encontrar neste rio barbos, bogas, trutas, achigãs, escalos, percas e enguias.

A flora é muito variada podendo-se encontrar nas suas margens o pinheiro, o castanheiro (sobretudo mais junto à nascente do rio), a videira, o sobreiro, a oliveira, freixos, salgueiros, medronheiros, etc.

Recentemente no limite do concelho de Sabrosa, junto à freguesia de Torre do Pinhão foi construída uma barragem para abastecer a população dos concelhos de Sabrosa, Vila Real, Alijó e Peso da Régua, permitindo no futuro resolver o problema da falta de água nestes concelhos [2].


Bibliografia consultada:
[1] Alencoão, A. M. & Portugal Ferreira, M. R. Algumas características morfológicas da bacia hidrográfica e do percurso do rio Pinhão. UTAD/UC.
[2] “Barragem do Pinhão pronta”. Jornal de Noticias, 29 de Abril de 2008.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Noite de trovoada

Nos meus tempos de criança, eu e os meus irmãos costumávamos ficar em casa da minha avó sempre que os meus pais tinham que sair para algum lado. Nesses dias de verão juntávamo-nos com os meus primos e ficávamos longas horas na sala a brincar. Os fins de tarde eram caracterizados pelas enormes trovoadas que se fazem sentir na região. Eu lembro-me que quando começavam as trovoadas a minha avó costumava sentar-se na varanda a assistir e nós fugíamos todos para debaixo da mesa da sala ou então íamos dormir.

Certo dia de verão, com o aproximar da noite uma forte trovoada abateu-se sobre a minha aldeia. O calor seco que antes se fazia sentir no ar e as nuvens escuras que tapavam o céu era um prenúncio do que estava para vir. Era uma trovoada bem forte. O barulho que se seguia aos relâmpagos era tão intenso que a casa tremia toda. Nesse dia, em vez de me esconder como sempre fazia, aproximei-me da porta da varanda seguindo os passos da minha avó. Olhei pelos vidros da porta por breves instantes. Alguns clarões iluminaram a paisagem, seguiu-se um barulho ensurdecedor que me paralisou de medo. Vencendo algum do meu medo abri a porta e dirigi-me para o banco. Timidamente fui conquistando o meu espaço junto à minha avó. O que se via dali era um fenómeno espectacular e ao mesmo tempo assustador. Apesar do medo, a adrenalina tomava conta de mim fazendo-me viver com enorme emoção cada relâmpago e o seu trovejar. E ali ficava eu em frente à trovoada, parecendo querer desafiar os próprios relâmpagos tentando lhe dizer “eu não tenho medo de ti”. Minha avó assistia aquele espectáculo com natural satisfação, com o olhar fixo nas descargas eléctricas que cruzavam o céu escuro. Sempre que olhava para ela via o seu olhar perdido entre os relâmpagos que se sucediam, e eu não podia deixar de notar alguma alegria estampada no seu rosto, como se ela estivesse a agradecer a Deus pelo espectáculo que lhe tinha sido oferecido. Olhar para ela só me dava mais força para continuar ali a observar e admirar esta força da natureza. Ficámos ali sentados em silêncio durante algum tempo até que a trovoada passasse. Ainda hoje quando estou perante este fenómeno atmosférico, desloco-me à varanda, com respeito mas sem medo fico ali durante bastante tempo a contemplar este presente da natureza.

domingo, 8 de junho de 2008

Nas bombas de gasolina

Sempre que vou de fim-de-semana até a minha aldeia, costumo passar por Mirandela para abastecer o carro nas bombas de gasolina do Feira Nova. Sempre se poupam alguns cêntimos. E ao preço que a gasolina está temos de escolher os locais onde ela seja mais barata.

Há uns tempos atrás, fui de fim-de-semana e dirigi-me ao hipermercado para abastecer. Quando cheguei ao posto de combustível pus-me na fila. Fiquei atrás de um volkswagen azul-escuro. Quando chega a vez do volkswagen abastecer, e após este ter parado, uma mulher de meia-idade sai de dentro do carro e desloca-se para a sua traseira onde fica a olhar o céu durante alguns segundos, agitando os seus óculos escuros. “Que chique esta”, pensei eu. Dirige-se depois ao local dos papéis e com uma calma alentejana, tira um papel, tira dois, tira três, tira quatro…. “Será que ela não pára?” pergunto eu para mim mesmo… tira 5. Marca o valor que vai encher e olha para o meu carro, talvez para ouvir a música que se fazia ouvir do meu carro… pegou na mangueira servindo-se dos papéis para não se sujar e lentamente dirigiu-se para o lado esquerdo do carro onde se encontrava o depósito da gasolina. Pega num dos papéis e limpa o tampão… ai que desespero! A mulher não se apercebe que há mais gente à espera!!!. A fila acumulava-se atrás de mim. Mete a mangueira no depósito e mais uma vez ajeita os óculos. Depois de abastecer recolhe a mangueira, sempre tudo muito devagar. Deixa a mangueira e fica a olhar para a parte traseira do carro. Uma película fina de poeira sobre o carro indicava que ele não era lavado há algum tempo. Com os papéis na mão ela começa a olhar para todos os lados “Mas o que vai ela agora fazer com aqueles papéis todos?” pensei eu. Finalmente descobre um recipiente para colocar os papéis e muito ligeiramente os coloca lá (salve-se ao menos a atitude!!!) metendo-se no carro em seguida. Bem, eu nunca tinha esperado tanto para abastecer numas bombas de gasolina!!!!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O jogo do Chincalhão


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O chincalhão é um jogo bastante popular entre os portugueses. Este jogo é constituído por duas equipas de 2 (chincalhão de 4), de 3 (chincalhão de 6) ou 4 (chincalhão de 8) elementos. Este jogo deve-se jogar de preferência com cartas espanholas.
Dá-se 3 cartas a cada jogador. O elemento que der as cartas pode dar por cima 3 cartas a cada jogador, ou por baixo uma a uma, ou duas a duas e depois uma a cada jogar até fazer 3.
O jogo está para 3 pontos. Dependendo das cartas pode-se “cantar” 6, e a outra equipa decide se vai a jogo, podendo “cantar” 9 até alguém parar. Tem de ser sempre múltiplos de 3. Existem 3 jogadas possíveis numa partida. Ganha a equipa que ganhar 2 jogadas. Se uma equipa ganhar a primeira jogada e na segunda houver um empate, ganha a partida a equipa que ganhou a primeira jogada. O jogo acaba quando uma equipa atingir os 30 pontos (15 de cima). Se na primeira jogada a equipa que sai a jogar não quiser ir a jogo vão 3 pontos para a equipa adversária. Este jogo pode ser falado e pode-se fazer sinais entre os elementos de cada equipa, o que torna este jogo mais interessante.
Valor das cartas

8 jogadores: Dama de ouros (douradinha)
6 jogadores: Duque de paus (duque); Segue-se o Valete de paus (cavalo) e o 5 de ouros
4 jogadores: 5 de ouros
Depois mantêm-se sempre a ordem seguinte:
5 de paus
Dama de espadas (sota ou lambedeira)
4 de paus
7 de copas (manilhão)
7 de ouros (manilha)
Ás de espadas (mata ternos)
Ternos
Duques
Restantes figuras