Diz o ditado que no dia de São Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho....
“(…) E ela, Madalena, não passava
de uma pobre mulher, que ia ali naquele ermo excomungado, trespassadinha, já
sem forças para mais, com o maldito do filho dentro da barriga aos coices. E
tudo por causa das falinhas doces do Armindo, daquelas falinhas mansas,
repenicadas, que a levaram à desgraça! Ah, magusto, magusto do S. Martinho!
Caras lhe estavam as quatro castanhas assadas que aceitara na cardenha da
Tapada. O malandro até jeropiga tinha ali à mão! E ela, a tola, comera bebera
e, por fim, rolara na palha aos berros. Mas de nada lhe valera. (…)” [1]
[1] Miguel Torga. Bichos. Coimbra, 1987