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quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Vindima
Mosto, descantes e um rumor de passos
Na terra recalcada dos vinhedos.
Um fermentar de forças e cansaços
Em altas confidências e segredos.
Laivos de sangue nos poentes baços.
Doçura quente em corações azedos.
E, sobretudo, pés, olhos e braços
Alegres como peças de brinquedos.
Fim de parto ou de vida, ninguém sabe
A medida precisa que lhe cabe
No tempo, na alegria e na tristeza.
Rasgam-se os véus do sonho e da desgraça.
Ergue-se em cheio a taça
À própria confusão da natureza.
Miguel Torga, In “O outro livro de Job”
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6 comentários:
ai a vindima! um ano inteiro de trabalho arduo só para colher o fabuloso nectar dos deuses para nosso proveito! uhmm como sabe bem um bom vinho!
Ohh sô valente! nao devia estar ali a dar uma maozinha a colher as uvas ou a acartar com os cestos???
pois pois! trabalhar que trabalhem os outros o menino é mais de tirar fotografias!...
hehe
tens de levar o garrafão para trocar! é que este já esta vazio
fica bem amigo
(",)
Lindo poema este sobre a "Vindima" de Miguel Torga... Um Grande Poeta Transmontano...
Gostei das fotos e adorei o poema...!!!
Bom fim de semana!!!
Beijos da "madrinha"...:)
AA
é verdade Rui, tenho de trazer mais vinho. e fica sabendo que eu trabalhei na vindima eh eh.
Olá Alexandrina
Eu também gosto muito de Miguel Torga. Beijos
Como não há postagens novas por aqui...:) Só vim desejar-te um bom fim de semana!
Beijos,
Alexandrina
Ainda há tradições que são como sempre foram e não estão ameaçadas pela imposição da tecnologia. Será que é este cariz artesanal da recolha das uvas que faz do vinho o néctar dos deuses??
Obrigada pela partilha destes belos registos.
Boa semana! :-)
O poema foi publicado em 1944, no seu livro de poemas "Libertação" e não no "O outro livros de Job" como identifica. Obrigada
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