Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias fantásticas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Histórias fantásticas. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Histórias fantásticas (IV)


O remoinho
Contam as pessoas mais velhas da minha aldeia que há muito tempo atrás, um homem estava a trabalhar no campo quando se começou a levantar algum vento e se formou um remoinho. O remoinho levantou algumas folhas e poeira e ziguezagueando pelo terreno avançou em direcção dele. O homem que permanecia de pé olhando assustadamente para o remoinho pegou prontamente numa faca e atirou-a contra o remoinho. Nesse momento o remoinho desfez-se e para surpresa do homem a faca tinha desaparecido. Ao fim da tarde, e de regresso a casa, quando o homem entrou na cozinha, viu com algum espanto que a faca que ele tinha atirado contra o remoinho se encontrava sobre a mesa. Esta é uma das muitas histórias ligadas ao sobrenatural que se contam na minha aldeia. De salientar o facto de que na crença popular de muitas aldeias transmontanas e beirãs, o remoinho é o diabo que se levanta e dança ou vagueia pelos campos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Histórias fantásticas (III)

A Misteriosa Luz Branca

Quando eu era mais novo, numa certa noite de verão eu avistei algo de diferente daquilo que eu conhecia. Algo extraordinário. Eu caminhava acompanhado por um primo mais novo, na estrada que liga a minha aldeia a estrada principal, quando ao chegar a um local chamado Pedreira e ao olhar para um lugar mais à frente, onde só existia mato e vinha, eu avistei uma luz branca. A luz era um círculo perfeito, de um branco muito puro, não emitindo qualquer feixe. Era enorme a luz, do tamanho da lua cheia, como se ela estivesse colada nesse lugar. No momento em que olhei para aquele círculo luminoso, este começou a diminuir de tamanho, sempre no mesmo sítio até ficar um ponto pequenino e desaparecer. Tudo isto durou cerca de 10 segundos.
Mil perguntas passaram pela minha cabeça, mas eu pus de parte, qualquer tipo de lanterna que alguém pudesse transportar, luzes de carros, ou qualquer coisa conhecida, pois pela dimensão daquele círculo luminoso, pelas condicionantes do local ou mesmo pela pureza da luz que era emitida nada se assemelhava a algo que eu conhecia.
Foi uma coisa extraordinária. Por muito que tente imaginar o que seria aquilo, ainda hoje não sei dizer que tipo de luz era aquela ou quem a projectava. Para mim este acontecimento continua a ser um mistério.

sábado, 23 de maio de 2009

Histórias fantásticas (II)

Um vulto no escuro

A alguns anos atrás aconteceu algo a um rapaz da minha aldeia, que marcou de certa forma a vida dele. Nos meses de Verão as gentes da aldeia levantam-se ainda de noite para irem trabalhar no campo. Numa dessas manhãs de Verão, Afonso, um jovem da aldeia, tinha saído de casa bem cedo. Era ainda escuro quando ele saiu de casa e se dirigia até ao ponto de encontro com os outros trabalhadores.

Depois de caminhar uns breves minutos, e ao chegar ao lugar do Espinheiro avistou um vulto. Era normal naquela época e àquela hora haver mais gente na rua. Pela silhueta pareceu-lhe a senhora Gracinda. Ao cruzar com o vulto que seguia em sua direcção ele cumprimentou-o. “Bom dia senhora Gracinda”. Naquele momento o vulto virou-se para ele e para surpresa de Afonso, ele não tinha rosto. Um vazio escuro preenchia o lugar que deveria ser o rosto da mulher. O medo apoderou-se de Afonso. Apavorado, começou a correr sem olhar para atrás até chegar à primeira casa habitada, pondo-se de imediato a bater à porta com tamanha intensidade até que alguém a veio abrir. Diz quem o viu naquele momento que ele estava completamente aterrorizado, tremia e escorria suor. Mais tarde, depois de ouvir as palavras de Afonso, constatei que algo o tinha aterrorizado bastante e que ele acreditava que o que tinha visto não era deste mundo.

Nota: os nomes na história são fictícios para manter o anonimato dos intervenientes.