segunda-feira, 30 de março de 2009

Histórias fantásticas (I)

Encontro misterioso

Era a minha avó jovem e trabalhava para uns senhores abastados da aldeia quando presenciou algo de assustador. Naquele tempo, no verão havia falta de água na aldeia, obrigando as pessoas a fazer romarias à fonte velha, no cimo do povo para encher os cântaros. Como nesta estação do ano a água não abundava, quase sempre a espera se prolongava durante noite.

Foi durante uma dessas noites de verão a caminho de casa, ao chegar ao cruzamento do cruzeiro, que a minha avó sentiu um barulho estranho. Era tal e qual o cavalgar de um cavalo, pois reconhecia o bater das patas do animal no chão. O barulho tornou-se cada vez mais forte parecendo aproximar-se. Com algum receio, a minha avó encosta-se à parede de uma casa, vendo surgir um vulto da rua de onde tinha sentido o barulho. Uma figura com corpo de animal e com rosto humano, entra no cruzamento aproximando-se da minha avó. No pensamento da minha avó estava a ideia de ter dado de caras com o diabo. Ao passar por ela virou-se e este disse-lhe “quem vai, vai, quem fica, fica”.

Dito isto a fantasmagórica figura retomou a cavalgada e ao bater com as patas no chão largava faíscas incandescentes. Continuando com a cavalgada, a estranha figura saltou um muro que ladeava uma vinha e desapareceu no escuro.

Esta é uma história que a minha avó me contou a uns anos atrás. Seria este acontecimento uma estranha alucinação? Teria realmente acontecido este encontro com o diabo? A isso não posso responder, mas registo aqui as palavras que a minha avó me contou com tanta determinação, convicta que realmente teria avistado esta estranha criatura.

6 comentários:

Alexandrina Areias disse...

E quem nunca ouviu uma história como esta?! Eu sempre as ouvi dos meus pais, que lhes contavam os meus avós... E também as ouvi da minha avó... Histórias de tempos em que a iluminação nas ruas era pouca ou nenhuma... a meu ver, a pouca luz do luar e algumas sombras de casas, árvores, etc... e algum 'medo' que os acompanhava... surgiam estas visões...:) Esta é a minha opinião... agora se havia esses encontros ou não...?! Não posso dizer com toda a certeza que não... mas não sou nada crente nisso...:) Pois desde que a iluminação surgiu nestas aldeias do norte de Portugal parece que também essas histórias desapareceram... ou então, essas 'berrantes figuras' também desapareceram...:) digamos que se extinguiram...:)
Um grande beijo para o meu 'afilhado' contador de histórias...:-)))
Gostei da criatividade do desenho...

AA

Beatriz disse...

ola Valentim.
Boa noite.
Linda historia...
Pois acredito sim que tua avó avistasse tal figura...e quem vai, vai e quem fica ,fica...as avós teem muitas historias para contar...e que belas !saudades tenho de ouvir a minha!
Deixo um bjo e o meu sorriso.
bea

francisco coelho disse...

Fantastico mais uma vez nos fica na memoria um dos conto da avozinha.Muitas vezes nos fez relembrar numerosos acontecimentos do passado,de factos reais.Nos sentavamos a sua beira para escutar -mos coisas fantasticas e misteiosas e que por vezes nos subia uns arrepios dos pes a cabeça.Tantas historias que recordar e tantos misterios que desvendar.

vieira calado disse...

Contam-se tantas histórias assim...
O que nos diz aa, faz sentido.

*
Quanto ao Sol explodir como uma super-nova... esteja descansado.
O Sol é pequeno demais para que isso aconteça.
E mesmo assim, isso só poderia acontecer dentro duns 5 mil milhões de anos...

Um forte abraço

Valentim Coelho disse...

Olá a todos,
eu também sou muito céptico nestes assuntos, mas esta foi uma história que a minh avó me contou e eu não quis deixar de a divulgar.
Esperem pelas próximas....

Thereza Green disse...

Adorei a tua história, gosto da forma como te exprimes, continua e muito sucesso, abraço poético